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terça-feira, 13 de julho de 2010

Personalidade da Semana

Júlio César
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Cargo
Cônsul / Ditador da República Romana

Reinado
Outubro, 49 a.C. – 15 de Março, 44 a.C.

Nome completo
Caio Júlio César

Nascimento
13 de Julho, 100 a.C.
Roma

Morte
15 de Março, 44 a.C.
Roma

Sucessor
Augusto (imperador romano)

Esposas
Cornélia Cinila
Pompeia Sula
Calpúrnia Pisone

Dinastia
Dinastia Júlio-Claudiana

Pai
Caio Júlio César

Mãe
Aurélia Cota

César nasceu em Roma no seio de uma antiga família de patrícios chamada Iulius (pronuncia-se Julius), traduzindo para o português: Júlio, de acordo com a convenção romana de nomes. A sua ascendência, de acordo com a lenda, chegava a Iulus, filho do príncipe troiano Enéas e neto da deusa Vénus. No auge do seu poder, César iniciou a construção de um templo a Venus Genetrix em Roma, em reconhecimento da sua "divina" antepassada. O seu pai era o homónimo Caio Júlio César e a sua mãe Aurélia, pertencia a também família patrícia: Cottae, traduzindo para o português seria: Cottas. Enquanto jovem, Caio Júlio viveu no Subura, bairro de classe média de Roma.

O cognome "César" se originou, de acordo com Plínio, o Velho, com um antepassado que nasceu por cesariana (do verbo latino para cortar, caedere,caes-). A História Augusta sugere três explicações alternativas: que o primeiro César tinha uma cabeça cheia de cabelos (do latim caesaries); que ele tinha brilhantes olhos cinzentos (do latim oculis caesiis), ou que ele matou um elefante (caesai em mouro) na batalha. César emitiu moedas com imagens de elefantes, sugerindo que ele favoreceu esta interpretação do seu nome.

Os Iuliae (Juliae), em português: Júlios, embora aristocratas, não eram ricos para os padrões da aristocracia romana da época e por este motivo, nem o seu pai nem o seu avô atingiram cargos proeminentes na república. A sua tia paterna Júlia casou com o talentoso general e reformador Caio Mário, líder da facção populista do senado, os populares, por oposição aos optimates (conservadores). Para o fim da vida de Mário, as disputas internas entre as duas facções haviam chegado ao ponto de ruptura. Em 86 a.C. iniciou-se uma guerra civil interna, cujo resultado a longo prazo foi a ditadura (conceito romano do termo) de Lúcio Cornélio Sula.

César estava ligado ao lado derrotado de Mário por laços familiares: não só era seu sobrinho, como era também casado com Cornélia Cinila, filha de Lúcio Cornélio Cina, aliado de Mário e inimigo de Sula. A sua situação não era portanto das melhores. Sila ordenou o seu divórcio de Cornélia, mas César recusou abandonar a jovem mulher e fugiu de Roma para evitar as perseguições. O ditador ficou desagradado com o desafio mostrado pelo jovem de vinte anos mas poupou a vida de César, divertido pelo caráter do rapaz, dizendo "Há muitos Mários neste César" (conforme Suetônio). Mas apesar do perdão de Sila, César decidiu não ficar em Roma, partindo para a Ásia para realizar o seu serviço militar. Durante a campanha ao serviço de Lúcio Licínio Lúculo na Cilícia, César distinguiu-se pela sua bravura em combate e capacidades de liderança.


Júlio César, pertencente a patrícia família JuliusDepois da morte de Sila em 78 a.C., César regressou a cidade de Roma, iniciou a carreira como advogado no fórum romano e tornou-se conhecido pela sua brilhante oratória. As suas principais vítimas foram os políticos corruptos e culpados de extorsão. Com o perfeccionismo que sempre o caracterizou, César não estava contente consigo e viajou para Rodes para estudar filosofia e retórica com o gramático Apolônio Molo. Mas durante a sua viagem, o seu barco foi abordado por piratas que o raptaram. Quando exigiram um resgate de vinte talentos de ouro, César desafiou-os a pedir cinquenta, uma fortuna mesmo em moeda actual. Trinta e oito dias depois, o resgate chegou e César foi libertado depois de um cativeiro confortável onde fez amizade com alguns dos captores. De regresso à liberdade, organizou uma força naval, capturou o refúgio dos piratas e ordenou a sua crucificação.

Em 69 a.C., Cornélia morreu ao dar à luz um natimorto. Pouco depois César perdeu a tia Júlia, viúva de Mário, de quem era muito próximo. Ao contrário do que era costume, César insistiu em organizar funerais públicos para ambas, com direito a eulogias proferidas da rostra. O funeral de Júlia foi repleto de conotações políticas, visto que César fez incluir a máscara funerária de Caio Mário na procissão, a primeira contestação pública das leis de proscrição de Sila da década anterior. E apesar de ser público o afecto de César pelas duas mulheres (cf. Suetônio), houve quem interpretasse a atitude como propaganda para as eleições que se avizinhavam para o cargo de questor.

Em 50 a.C., o senado liderado por Catão ordenou o regresso de César e a desmobilização de todas as suas legiões, ao mesmo tempo que o proibia de se candidatar ao segundo cargo de cônsul in absentia. César sabia que, sem o seu imperium de procônsul e o poder das suas legiões seria processado e eliminado da vida política assim que regressasse a Roma. Por este motivo, César recusou obedecer e atravessou o rio Rubicão, no norte da península Itálica, a 10 de Janeiro de 49 a.C., dizendo, segundo a lenda, "alea jacta est" ("a sorte está lançada"). Era o primeiro acto da guerra civil que haveria de pôr fim ao normal funcionamento das instituições políticas da República. Os Optimates, incluindo Cipião Metelo e Catão, o Jovem, após muitos esforços para convencer Pompeu a ajudá-los em sua investida contra César, fugiram para Sul, sem saberem que César era acompanhado apenas pela sua décima legião.

César perseguiu Pompeu até ao porto de Brundisium (atual Brindisi) no Sul da península, na esperança de poder reactar a sua aliança, mas este fugiu para a Grécia com os seus apoiantes. Então, César dirigiu-se para a Hispânia numa marcha forçada de apenas 27 dias, para derrotar os tenentes de Pompeu nessa poderosa província. Só quando considerou a retaguarda segura, e depois de organizar as instituições políticas em Roma, que caíra na anarquia, é que César se dirigiu para a Grécia. A 10 de Julho de 48 a.C., Pompeu foi derrotado na batalha de Dyrrhachium mas por uma escassa margem, conseguindo fugir para lutar outro dia com quase todo o seu exército.

Após esse acontecimento, ocorreu uma violenta batalha, onde César foi derrotado e fugiu para uma região distante. Cada vez mais longe de água e provisões, César se viu encurralado por Pompeu, que por saber que basta aguardar as provisões de César acabarem para os seus soldados desertarem, não atacou. Mas Catão teve uma série de desentendimentos com Pompeu por causa dos altos custos dessa guerra, se viu obrigado a iniciar um ataque contra César. O encontro final deu-se pouco tempo depois, a 9 de Agosto, na batalha de Farsalo. César conquistou uma vitória estrondosa, a partir de uma arriscada manobra que consistia em enfraquecer as legiões dianteiras para dar auxílio à cavalaria contra as cavalarias de Pompeu. Mas mais uma vez os inimigos políticos conseguiriam fugir: Pompeu para o Egipto, Cipião Metelo e Catão para o Norte de África. De regresso a Roma, foi nomeado ditador (um conceito diferente do atual), com Marco António como Magister equestris, e foi eleito cônsul pela segunda vez.


César horrorizado ao ver a cabeça de Pompeu, por Louis-François Lagrenee.Em 47 a.C., César dirigiu-se ao Egito em busca de Pompeu, apenas para descobrir que o velho aliado e inimigo havia sido assassinado no ano anterior. Ao saber da sua sorte, César ficou destroçado pela perda e por ter perdido a oportunidade de oferecer-lhe o seu perdão. Talvez devido a isto, César decidiu intervir na política egípcia e substituiu o rei Ptolomeu XIII pela sua irmã Cleópatra, que já tinha a dignidade de faraó. Durante a sua estada, César envolveu-se com a rainha do Egipto e da relação nasceu o seu único filho, o futuro Ptolomeu XV do Egipto (Cesarion). Foi ainda durante este período que César sofreu o seu primeiro ataque de epilepsia.

Depois das campanhas do Egito, César rumou ao Médio Oriente, onde derrotou o rei Farnaces do Ponto, no Bósforo, na batalha de Zela. Sua vitória foi tão arrasadora que ele comemorou com a célebre frase Veni, vidi, vici ("Vim, vi, venci"). Depois, foi para o Norte de África para atacar os líderes da facção conservadora aí entrincheirados. Na batalha de Tapso, em 46 a.C., César somou mais uma vitória e viu desaparecerem dois dos seus piores inimigos, Cipião Metelo e Catão, o Jovem. Mas os filhos de Pompeu, Gneu e Sexto Pompeu, bem como o seu antigo comandante de cavalaria Tito Labieno, conseguiram fugir para a Hispânia. César não hesitou em persegui-los e em Março de 45 a.C. derrotou o último foco de oposição na batalha de Munda.

Com todo o mundo romano sob o seu controlo, César regressou a Roma onde foi cognominado Pater Patriae, pai da pátria. Então começou uma série de reformas administrativas que incluíram a mudança para o calendário juliano. O mês Quintilis foi rebaptizado como Julius em sua honra e continua, nos dias de hoje, a ser conhecido como Julho. Em Fevereiro, Marco António ofereceu um diadema, símbolo de um rei, a César, que o rejeitou com veemência. No entanto, o episódio valeu-lhe a desconfiança dos seus pares que começaram a recear a sua ambição.

Pouco depois, César foi assassinado numa reunião do senado, nos Idos de Março (15 de Março) de 44 a.C., por um grupo de senadores que acreditavam agir em defesa da República. Entre eles contavam-se os seus antigos protegidos Marco Júnio Bruto e Caio Longino Cássio. César caiu aos pés de uma estátua de Pompeu e as suas últimas palavras são descritas em várias versões:


O assassinato de Júlio César. “
Kai su, teknon?



— (em grego, "tu também, meu filho?")

Tu quoque, Brute, filii mei!



— (em latim, "Tu também, Bruto, meu filho!")

Et tu, Brute?



— (em latim, "Até tu, Bruto?", versão imortalizada na peça de Shakespeare)

Segundo Suetónio, em "A Vida dos Doze Césares", César, ao ser golpeado, não pronunciou frase alguma.

A lenda reporta um aviso feito por Calpurnia Pisonis, a mulher de César, depois de ter sonhado com um presságio terrível, mas César ignorou-a dizendo Só se deve temer o próprio medo.

Depois da morte de César, rebentou uma luta pelo poder entre o seu sobrinho-neto Caio Otávio (posteriormente conhecido como Augusto), adoptado no testamento, e Marco António, que haveria de resultar na queda da República e na fundação do Império romano.

César como general




César.Como comandante militar, os historiadores colocam César ao mesmo nível de brilhantismo de Alexandre, o Grande (a quem é comparado por Plutarco) ou Napoleão. César foi bem sucedido em todas as suas campanhas, fosse qual fosse o terreno ou altura do ano. A sua versatilidade permitiu-lhe vitórias em batalhas, cercos e guerras de guerrilha, baseadas numa disciplina rigorosa e no amor que os soldados lhe tinham, bem como no uso inovador que dava à cavalaria romana.

Descendência e casamentos

Primeiro casamento com Cornélia Cinila
Julia Caesaris, casada com Pompeu
nato-morto

Segundo casamento com Pompeia Sula

Terceiro casamento com Calpúrnia Pisônia

Relação com Cleópatra VII do Egito
Ptolomeu César (Caesarion), faraó do Egipto

Cronologia

13 de Julho 100 a.C. – Nasce em Roma

82 a.C. – Escapa às perseguições de Sula

81/79 a.C. – Serviço militar na Ásia e Cilícia

Década de 70 a.C. – Carreira como advogado

69 a.C. – Questor na Hispania Ulterior

65 a.C. – Edil

63 a.C. – Eleito pontifex maximus e pretor urbano; conspiração de Catilina

59 a.C. – Cônsul pela primeira vez; início do primeiro triunvirato

58 a.C. – Começa a campanha na Gália

54 a.C. – Morte de Júlia

53 a.C. – Morte de Crasso: fim do triunvirato

52 a.C. – Batalha de Alésia

50 a.C. – Atravessa o Rubicão, começa a guerra civil

48 a.C. – Derrota Pompeu na Grécia; torna-se ditador romano e cônsul pela segunda vez

47 a.C. – Campanha no Egipto, conhece Cleópatra

46 a.C. – Derrota Catão, o Jovem e Cipião Metelo no norte de África na batalha de Tapso; cônsul pela terceira vez

45 a.C. –
Derrota a última oposição na Hispania na batalha de Munda
Regressa a Roma, cônsul pela terceira vez.

44 a.C. –
Fevereiro, recusa o diadema oferecido por Marco António
15 de Março, assassinado